Segunda-feira, 7 de Setembro de 2009
Não querendo fugir ao “ritual” das nossas batatinhas, começo obviamente por apresentar as minhas desculpas pelo atraso, contudo, quando penso no atraso do Neto e rapidamente volto a sorrir.
O nosso blog tem a particularidade de não funcionar como um verdadeiro blog, pois a maior parte dos seus posts nascem não da vontade de cada um, mas sim da vontade imposta ao próximo batateiro eheh.
Contudo, graças à magia da blogosfera foi possível “ver” as profundezas do meu grande amigo El Cid, e tenho que admitir que tenho saudades tuas maluco!!
Não querendo fugir ao “ritual” das nossas batatinhas, começo obviamente por apresentar as minhas desculpas pelo atraso, contudo, quando penso no atraso do Neto e rapidamente volto a sorrir.
O nosso blog tem a particularidade de não funcionar como um verdadeiro blog, pois a maior parte dos seus posts nascem não da vontade de cada um, mas sim da vontade imposta ao próximo batateiro eheh.
Em relação a mim tenho que admitir que ultimamente não me tem sido possível acompanhar o Grupo como sempre o fiz, o que me deixa profundamente triste, mas tenho estado ocupado a tratar de outras coisas também elas muito importantes para mim, mas principalmente para o meu futuro, e só por isso é que fisicamente não tenho estado mais com o grupo. Digo fisicamente, pois todos sabem como vivo o GFACR.
Mudando agora o rumo desta batata, gostava de lançar uma nota que merece alguma reflexão:
Infelizmente a actividade de Moço de Forcado está sujeita a alguns riscos, o que a torna especial, pois tendo um risco elevado não é para todos! E ser forcado não é apenas vestir uma jaqueta numa tarde ou numa noite…
E a reflexão que vos deixo é a seguinte: infelizmente ocorreu mais um acidente grave no mundo da tauromaquia, nomeadamente com uma bandarilha e claro, um Moço Forcado (neste caso, um grande Forcado o Ninan), sendo que presentemente a maioria dos empresários, ou pelo menos os principais são ex Moços de Forcados, será assim tão complicado dar um murro na mesa e dizer basta?? Ou será que o poder dos € é mais forte que o "poder" dos toiros??
Voltando ao nosso Blog, aproveito para lembrar que as batatas não devem ser discursos, isso deve estar confinado aos nossos jantares! Aqui podem escrever (e não é preciso ser muito) o que vos apetecer, enviar fotos etc. Sempre que tiverem vontade e não só quando alguém passa a batata…
Como não concordo com lógica da batata ser passada a uma só pessoa, solicito que o nosso Presidente João Pedro Loureiro Frade, vulgo Jota, escreva mais um episódio da saga do Rodrigo!!! E dê inicio a uma nova rubrica!!!
Em relação à Batata Quente ela só poderia ir para outro grande amigo e Sr do GFACR, o Pedro Garcia!!
Pelo Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha,
Venha vinho, Venha vinho, Venha vinho!
Abraço
Bernardo Orge Alonso
Segunda-feira, 24 de Agosto de 2009
Meus amigos... minha família... antes de mais nada queria pedir desculpas pelo atraso da minha batata, mas sinceramente não tenho tido criatividade para escrever tudo aquilo que me apetece. Irónico, mas verdade, já que é a criatividade que uso para ganhar a vida, mas aqui vai.
Já passou quase um ano e meio desde que decidi mudar a minha vida para São Paulo. Um ano e meio que passou a correr mas ao mesmo tempo muito devagar. Aconteceu tanta coisa que nem sei bem por onde começar. Para quem não sabe, estou a fazer uma pós-graduação em publicidade à noite e durante o dia, tento trabalhar o máximo possível para pagar o curso e tentar ter a vida digna que mereço.... ou não!!!
E é sobre essa vidazinha que vou tentar por-vos um bocadinho a par, já que as notícias têm sido escassas. São Paulo é uma cidade de 11 milhões de pessoas (a "pequena" SP, pq a "grande", conta com cerca de 23 milhões) onde tudo acontece a uma velocidade abismal e onde cada dia é vivido com uma intensidade brutal. É mais ou menos um dia de corrida, todos os dias. Todos os dias acordo de manhã, com um friozinho na barriga e penso como será que ele vai acabar: se como um grande triunfo, se como uma corrida "menos conseguida". Isto porque todos os dias tenho de conseguir trabalhar, num país onde não tenho os meus contactos, as minhas pessoas, as minhas vivências.
Arranjar "corridas" aqui não é fácil, mas graças a Deus as coisas têm corrido bem e melhor que isso tenho tido algumas noites de glória que coroam o esforço, qual dia de corrida. A teoria é sempre a mesma: templar, carregar e recuar, p tirar a "maldade" do oponente. A brasileirada é assim... vão na arte do engano, mas vão.
Mtas coisas boas têm acontecido por aqui. A possibilidade de conviver com uma cultura completamente diferente da nossa tem sido uma experiência brutal, que me tem surpreendido. Vim para o Brasil com a ideia de que eram um povo superficial. Em tudo. Nas relações profissionais, pessoais e até amorosas. Isto porquê? Porque sempre achei e continuo a achar que sou convidado para festas um minuto depois de conhecer o dono da mesma, que eram tudo facilidades para conhecer os melhores publicitários do mercado, porque toda a gente diz conhecer toda a gente e até levar a jantar a gata das gatas. Tudo verdade, mas falta alguma essência nas relações. E aí falo da amizade, palavra que todos sentimos com mta força no nosso Grupo. Pensei que todas as amizades aqui seriam superficiais e aí tive a surpresa de ter conhecido pessoas que sei que serão minhas amigas por muitos anos. Pois é... por muitos anos e não para a vida toda, como eu sei que é no GFACR. Tenho mais amigos que certamente me acompanharão a vida toda, mas o GFACR é a minha família e isso é para sempre.
Com isso não queria deixar aqui de fazer referência a datas muito importantes que não tenho conseguido acompanhar de perto. O casamento de Mê Óscar, à mais tempo mas não menos importantes, os casórios do Sal e do Dani e as gravidezes do Natas, Mendoça e já do Sal e espero não me esquecer de mais nenhuma. Tenho pena de não acompanhar esses dias tão importantes, mas havemos de compensar isso tudo com corridas, dias (mto bem) passados em casa do gordo Egrejas e etc.
Convites... tou farto de dizer que me venham visitar... aqui não há praia, mas também, quem é que precisa de se molhar por fora, se se pode molhar por dentro. Jone.... seu bandido da meia noite... põe-te clandestino num cargueiro qualquer, que eu vou-te buscar ao porto de Santos....
Quem quiser saber mais pormenores... lá está... venha-me visitar ou mande um mail com perguntas concretas que eu não tenho problemas em responder... aqui no blog é que não pode ser. Vou montar a crónica "O consultório do Dr. CID" AHAH AHAHAHAHHA!!!!!
Esta batata já vai longa.... por isso vou passá-la para um grande forcado que pode ser bem interessante de se ler, mas que tem muita mau feitio, o Bernardo "NINJA" Alonso.
Grande abraço a todos, espero estar com vocês em Setembro!!!
CID
Quarta-feira, 5 de Agosto de 2009
Grandes Amigos,
Mais uma vez escrevo no nosso blog...
Começo por felicitar o Cesar pela primeira fardamenta, e que seja a primeira de muitas, e que consiga "beber" e "compreender" o espirito do nosso grupo, de forma a que consiga enaltecer-nos como grupo de amigos que somos, dentro e fora de praça!!!!
O que aprendi neste nosso grupo, é que somos um grupo de amigos que gosta de pegar toiros, mas que acima de tudo gosta de estar junto e conviver, estando para os bons e maus momentos, quer seja a frente de um toiro, quer seja numa situação mais dificil. Pois quando alguém é colhido por um toiro, sabe ( e eu sei-o, por experiencia!!:), que só estará sozinho por uma fracçao de segundos, pois os nossos companheiros estão a chegar para nos tirar de lá!!!! Da mesma forma que eu o faço quando está lá outro amigo meu!
O que quero dizer é que temos de nos entregar de alma e coração, pois somos Forcados Amadores, não tiramos daqui dinheiro, mas algo mais valioso: Reforçamos Amizades, Acreditamos em pleno no nosso amigo e Sentimos Orgulho em tê-lo Ajudado quando ele precisou de nos!!!!
Nem todos os grupos de Forcados são como o nosso , na exigencia que o nosso grupo tem pelo convivio, e pelo espirito de grupo,não basta saber pegar toiros, para pegar no nosso grupo,. há que sentir amizade pelos companheiros!!!
Poderia aqui enaltecer grandes forcados, que já deram o seu contributo ao grupo, bem como forcados da actualidade,forcados que fazem esforços economicos, para acompanhar e entregar-se ao trabalho de grupo.........mas, tal deixarei para um jantar de Homens!!!
Ser forcado não é para todos!!!Querer não basta!!!! Há que conseguir mostrá-lo dentro e fora de praça!
Aproveito para dizer, que é com grande emoção que aguardo a chegada do meu irmão António, para ver se este Verão conseguimos ter umas corridas os três Manos (mais o emplastro do mano Salvador hehehe) juntos!!!! E se possível pegar/ajudar todos no mesmo toiro!!! heehheheheeh
Passo esta batata bem quentinha para um jovem forcado, Francisco Azinheira, com quem tenho tido o prazer de privar em algumas conversas e verificar a sua evolução ao longo destes anos, bem como a sua dedicação ao grupo, e atitude que tem tido estes ultímos anos ao aguardar a sua oportunidade!!!
Grande abraço
Alberto Carvalho Neto
Domingo, 2 de Agosto de 2009
Amigos !!!
È com muito prazer que escrevo pela primeira vez neste “mui nobre” blog do qual orgulho muito. Agradeço ao meu amigo Luís Palha por me dar esta oportunidade.
Se a um ano atrás me imaginava nesta situação … acho que não!! Embora sempre gostei de ver as touradas e cheguei a ver umas duas corridas que o Grupo fez na Póvoa a convite do Alberto, nunca senti se calhar o bichinho que a malta ai do sul tem desde pequenos, de gostar de toiros e todo o ambiente a volta.
Mas tudo isso foi mudando quando a um ano,o Alberto me convidou para ir acompanhar o grupo desde Julho, depois foram umas ferias ai pelas Caldas… e quando dou por ela… bem já vibrava com as corridas e comecei a ganhar a vontade de experimentar estar lá dentro. Veio o primeiro treino em A-dos-cunhados (Brito-pais), mais umas corridas, o espírito de amizade e ficou a vontade de entrar no grupo.
Agradeço a toda a gente do grupo a forma como me acolheu, pois não tinham nenhuma referencia… era um amigo do Alberto de Barcelos. Foi essa forma como me acolheram como brincavam comigo, que fez querer ir para as caldas para poder estar com o grupo.
No passado dia 25 foi-me dada a oportunidade de entrar realmente para o grupo e usar a nobre jaqueta do Grupo das Caldas, foi uma sensação que nunca mais vou esquecer…
Senti um enorme peso nos meus ombros, porque não queria deixar ficar mal os meus amigos e o grupo… fiz tudo que sabia e senti-me bem estar em praça… sei que ainda sou muito novo nestas andanças… mas quero aprender e vou lutar por isso.
Vinhais, obrigado por esta oportunidade, espero que seja a primeira de muitas!!! Para isso prometo não baixar os braços e espero estar sempre a altura das necessidades do grupo!!! Quero aprender muito e quero melhorar muito… porque sinto que tenho muito que aprender com os mais velhos…
Agora passado um ano, não tenho duvidas e quero pertencer a este “mui nobre” grupo de amigos que é o grupo forcados amadores das caldas da Rainha do qual muito me orgulho pertencer!!! Sentir a sua amizade, valentia… e acima de tudo Quero Ser Forcado !!!
Desculpem ter a batata tanto tempo nas mãos, por isso vai com toda a força para meu grande amigo… Alberto!!!
Um grande abraço a todos…
César Novais
Quarta-feira, 15 de Julho de 2009
Granda Tiago,
Obrigado pela passagem da Batata! E peço desculpa aos meus queridos amigos que antes tentaram passá-la… mas cá estou agora com a dita entre mãos.
Aproveito para vos informar que já estou em Tugalândia, onde ficarei todo o Verão. Ponham-se “á viva” que eu também me quero fardar e pretendo fazer uso das oportunidades que tiver.
De resto, as minhas palavras são normalmente poucas e hoje não é excepção. Este espaço é porreiro e gosto muito de ler as vossas crónicas, mas não se esqueçam de guardar o mais importante só para nós. De resto é comê-los e divertir à bruta!
Antes de passar a dita – que já escalda! – tenho também de anunciar que vou levar a minha namorada para Portugal. Enfim, é assim mesmo a vida. No outro dia disse ao Neto que pelo menos deixei passar a puberdade eheheheheh
Conforme sugerido pelo Tiago, segue agora a batata para o Brasil. Ganda Manel diz-nos de tua justiça. Como estás muito longe e não sabemos quando voltas podes fazer tipo discurso de jantar!
PS – o maricas do Tamagotchi não foi aceite para estagiar de graça a lavar pratos em nenhum hotel de Hong Kong e Macau. Não espalhem sff, é segredo.
Bernardo Mendia
Sexta-feira, 10 de Julho de 2009
Olá a todos!
Antes da mais queria agradecer ao Tiago e a todos tudo o que me têm ensinado desde que eu entrei para o grupo.
Agradeço também ao Tiago esta oportunidade que me deu de escrever sobre o que sinto, o que não é fácil (percebi agora), atendendo ao número de vezes que já apaguei e reescrevi estas simples primeiras linhas.
Nunca quis ser Forcado…
Mesmo com um avô ganadero, primos toureiros e uma vida ao lados dos toiros desde sempre, nunca quis ser forcado. Não sei muito bem porquê já que sempre gostei das ferras e das brincadeiras. Acho que tinha a ver com o tamanho dos bichos… Sempre que metia bezerrada lá ia o Luís Palha todo contente, mas quando se falava em vacas ala que se faz tarde.
As pessoas perguntavam-me:
“Então Luizinho, o menino não vai lá p’ra dentro?”
“Ah tia sabe, eu não nasci p’ra forcado, nasci foi p’ra ganadero!” dizia eu em tom de graça.
Toda a gente se ria com a graçola do menino Luís mas no fundo eu tinha era pena de não ter coragem para lá ir.
Entretanto uma data de amigos meus tinham entrado para o Grupo das Caldas e quando dei por mim estava num treino.
Estive o treino todo encostadinho à parede do tentadero Brito Paes a tentar ganhar coragem para fazer uma mísera passagem quando o amigo Piducha veio ter comigo e disse “Vá Luís, vai lá pedir ao Vinhais p’ra pegar.” E eu tive que ir… E foi a melhor coisa que eu podia ter feito!
Consegui superar-me a mim próprio e devo isso ao Grupo.
Desde que entrei para o grupo que tenho dado mais de mim do que alguma vez imaginei conseguir dar. Acho que isso se deve única e exclusivamente á AMIZADE que aqui se faz sentir.
Agora QUERO ser Forcado!!!
Antigamente eu via o Grupo das Caldas a pegar e era como todos os outros grupos.
Agora que faço parte Dele o meu coração bate muito mais depressa sempre que um dos meus AMIGOS entra em praça. Na nossa primeira corrida desta temporada só queria saltar da bancada e ir lá ajudar.
Comecei a sentir o grupo como alguém um dia o disse:
“Somos um grupo de amigos que, por acaso, pega toiros!”
Obrigado a todos por me fazerem sentir assim…
Esta batata vai quente e já estou com ela nas mãos à tempo de mais por isso vou atira-la com toda a força para o meu caro e ilustre amigo César Novais.
Agarra-te ai ó César!
Um grande abraço a todos
Luís Palha
Segunda-feira, 29 de Junho de 2009
Caros Amigos e Leitores,
Em primeiro lugar, o meu muito obrigado ao Francisco Kreye pelas palavras que me dirigiu e por me ter passado a Batata!
É bom a Batata estar de novo em plena actividade. Obviamente cada um é livre de aqui se expressar, mas entendo que não deve ser utilizado como um substituto de discursos dos jantares, muitos assuntos Históricos, técnicos, sociais, motivacionais ou mesmo de ficção podem aqui ser abordados e enriquecedores do Blog (relembro por exemplo a Batata do Jota ou a Batata do Fred sobre a preparação física de um Forcado).
Tivemos aqui como últimos textos, os testemunhos de alguns jovens Forcados e outros que treinam para o ser, sobre as suas entradas no Grupo e sentimentos, ora muito bem, a minha Batata é obviamente para todo o Grupo mas muito direccionada também para eles!
Forcados – breve resenha histórica
Porque não basta pegar toiros é importante também saber um pouco das nossas origens.
Os Forcados derivam dos antigos Monteiros de Choca, um grupo de Homens que na arena defendiam a escadaria que dava acesso ao Camarote Real com os seus bastões que na ponta terminavam em forma de forcado. Em 1836 com o decreto da então Rainha D. Maria II que proibia a morte dos toiros na arena, passam a ser estes Monteiros de Choca a executar a pega do toiro como forma de remate da lide do cavaleiro, indo gradualmente o nome evoluindo para Moços de Forcado ou Forcados.
Surge assim no séc. XIX formalmente os primeiros Forcados e a pega nos moldes que hoje se conhece, indo ao longo dos tempos evoluindo e adaptando-se até aos dias de hoje, não só pela evolução do toiro bravo, como pelo aperfeiçoamento estético, técnico e motivacional do Forcado.
A Amizade – Pilar do Grupo
Todos nós já lemos frases sobre a amizade, já recebemos aqueles emails com bonequinhos e mariquices, que vão sendo enviados de pessoa em pessoa, pedindo até alguns que se confirme a recepção do mesmo (pessoas certamente que não têm certezas nos seus amigos!)
No Grupo das Caldas a Amizade é e tem de ser a base que sustenta o bem-estar e sucesso do Grupo.
Pegar toiros e ser-se Forcado (porque são coisas distintas) não é para todos, e muito menos é algo que se possa fazer a vida inteira, mas enquanto alguém houver que envergue a Jaqueta do Grupo das Caldas com forças ou já quando elas escasseiam os toiros continuarão a ser pegados de frente seguindo a máxima que rege a forma de pegar do GFACR de que “pé que vai á frente, não volta atrás”.
O comum dos mortais na presença de um toiro bravo fugiria. Mas nós…nós enfrentamo-lo de frente, provocamo-lo e pegamo-lo, mas isto é possível porque ao nosso lado estão pessoas em quem confiamos e podemos realmente tratar por Amigo!
A amizade entre nós está no momento em que recebemos um abraço depois de uma pega, nos sorrisos e tristezas dentro e fora de praça, num problema na vida em que prontamente nos ligam e nos dizem “o que precisas? conta comigo”, quando um amigo se aleija e alguém se mete entre ele e o toiro para o proteger, nos copos, nas conversas…conclusão, por muito que se escreva a amizade sente-se nas acções e no espírito de cada um nós.
Para terminar…
Ser-se Forcado hoje em dia e especialmente no GFACR é assumir um compromisso de Honra para a vida. É ser um guerreiro dos tempos modernos que tal como antigamente se rege pelos valores da Honra, Lealdade, Integridade, Verdade e Coragem!
Como nota Final relembro aqui a frase do Senhor Vasco Morgado, 1º Cabo do GFACR:
“Os Toiros da vida são para ser pegados com a mesma determinação que os toiros na arena. A maior virtude de um Grupo de Forcados será porventura esta – uma Escola de Vida”
Que grande Verdade…
Meus Amigos, UM GRANDE ABRAÇO A TODO O GRUPO, àqueles que me ensinaram a ser Forcado, aos que se fardam ao meu lado e aos que um dia se virão a fardar!
Pelo GFACR Venha vinho…Venha vinho…Venham Toiros!
Vou nesta passagem da Batata “fugir” aqui um pouco as regras, sendo assim não o Próximo, mas os PRÓXIMOS a andar á batatada são: Bernardo Mendia, Manuel CID Nobre da Veiga, António Carvalho Neto e agora um dos “novos” Luís Palha…Força aí!
Tiago Ribeiro “Mitch Bacano”
Terça-feira, 23 de Junho de 2009
“Assim, queria despedir-me agradecendo ao Guilherme esta oportunidade, devo confessar, há muito esperada.” – Disse o meu grande amigo Ticão…
Esperada… Não posso dizer o mesmo, pois olhava para a “Batata Quente” pensando ''espero um dia escrever e partilhar a minha história no mesmo local onde homens com valores tão raros o fazem!”
Por isso, antes de explanar sobre o que quer que seja, queria agradecer esta oportunidade.
Já era longa a vontade de um dia pertencer a um grupo que olhava com grande admiração, ver aqueles oito amigos cheios de valentia e coragem pegarem um toiro, saberem que o amigo vai “levar” e irem lá na mesma, era esta a minha visão e provavelmente motivo principal da minha ida a um simples treino.
Achava-me eu um conhecedor do que é um real espírito de grupo, de convívio entre amigos e camaradagem,(não tivesse eu habituado por vias de desportos que pratiquei, nomeadamente o futebol e a esta partilha de emoções ....) mas estava longe de imaginar o que o futuro me reservava até chegar ao Grupo. Tem sido de tal forma enriquecedor para mim como pessoa, que penso que ainda não tenho a verdadeira noção do que estou a aprender, é como me estarem a transmitir valores que CONSIDERAVA utópicos, como tive oportunidade de dizer no meu 1º discurso, “sinto-me lisonjeado por pertencer a um grupo como vocês”, o que até me fez ficar contente comigo próprio, pois ficamos sempre com a ligeira sensação que não conseguimos transmitir aquilo que sentimos, felizmente não foi o caso.
Toma conta de mim uma ansiedade de aprender mais e mais, uma sede enorme de absorver os ideais que me são transmitidos, o desejo de daqui a uns anos olhar para este meu “testemunho” e poder afirmar que foi o início de uma grande pagina da minha vida, sentir a jaqueta nos ombros, o nervoso na trincheira, a palmada nas costas dos meus amigos, nos bons e nos maus momentos, o prazer de dar uma mísera parte de mim á infinidade do que o Grupo me dá, são os meus mais sinceros desejos…
Se conseguisse transmitir tudo o que tenho aprendido e o verdadeiro significado do que tem sido esta aventura para mim, não o conseguirei fazer desta maneira, escrevendo neste nosso PEQUENO grande espaço, pois como referi anteriormente, ainda me encontro num processo de assimilação, ou insuficientemente lúcido para chegar às palavras certas…
Assim, resta-me dizer que estou aqui para o que der e vier, não fosse isso o que tenho aprendido…
Seguindo a tradição passo a batata ao mais recente piloto do grupo e sempre referência para os mais novos, Tiago Ribeiro, claramente enriquecedor aqui para a “batatada”.
Pelo Grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha
VENHA VINHO
VENHA VINHO
VENHA VINHO
Abraço e obrigado,
Francisco Kreye
Terça-feira, 16 de Junho de 2009
João Silveira...
É esta a LINDA razão que me trouxe para este Grupo ao qual tanto me orgulho de pertencer.
Encontro-me neste momento com insónias mas não taurinas...
Amanhã celebra-se o casamento do Óscar. Mal posso esperar para ver de novo a rapaziada que já não vejo (sempre) há tempo demais, a rapaziada que é a base do nosso Grupo e que não me sai da cabeça todo o dia( acho que estou apaixonado pelo Grupo!).
O que também não me saiu da cabeça foi a última noite nas caldas: o “aniversário” do Emanuel e do Galilontra (ah ah). Depois de uma noite de emoções fortes com as pessoas de que mais gosto, a manhã ficou marcada pelo ser mágnifico pelo qual comecei este texto...
O tempo, esse sujeito mal-recebido, recusava-se a passar por onde estávamos, ou por outra, não nos encontrava dado a imensidão de sitios por onde passámos e a rapidez com que os deixávamos, sendo esta de estranhar tal era o “carregamento” que nos impedia (supostamente) de qualquer movimento mais rápido que o normal. Tudo parecia estático...
Falámos de tudo: antigos forcados do nosso Grupo, corridas que tivémos, tardes e noites de glória, feitos notáveis, actos de amizade majestosos...
Rolaram lágrimas, soltaram-se sorrisos, trocaram-se olhares de desafio, mediram-se vontades...
Qual saltimbanco cansado, sentado na minha cadeira, posição que à parte da deitada me parecia mais confortàvel após longas horas em pé consequência da noite agitada, no mítico ”Paulo Brás” , senti a vida de uma maneira que poucas vezes tinha sentido, de uma maneira que só sinto quando estou com o Grupo. Senti a pequenez da minha pessoa contrastar perante a obra grandiosa que é o Grupo! Sim uma obra... uma obra começada por antigos elementos do Grupo e que continua a crescer, a ser moldada, a ganhar forma pelos presentes e futuros elementos quais picassos lusitanos.
Depois veio a paz, senti que tinha uma casa, um abrigo, um refúgio onde podia estar e sentir a vida de uma forma tão profunda, tão transcendente que a própria é secundária quando se trata de enaltecer e honrar o Grupo.
Pois é... É desta forma que sinto o meu Grupo, a minha Casa. Se num dia como este aprendo tanto e sinto tanto o Grupo imaginem a riqueza que não terei daqui a dez anos?!
Recebemos tanto que tudo o que possamos dar é microscópico, mas vale a pena pois são os gestos de entrega que nos permitem ter o Grupo que temos.
Devo confessar que fui convidado pelo meu querido primo e padrinho (João da Silveira) para me juntar a vós algumas vezes embora a idade e a preocupação paternal tenham sido entraves, meras poças de água no caminho que me levaria a um amor platónico que partilho com o nosso Grupo.
Também eu não fazia a minima ideia do que era pertencer a este Grupo. Deve ser giro pegar toiros pensava eu... gostava de treinar, de sentir um certo medir forças com o animal que tinha à frente. Mas foi na primeira corrida (novilhada, 16 de maio de 2008) que comecei a descortinar esse véu de emoções que me faz amar este Grupo. Senti todo o espirito de amizade ao avançar para dentro de praça como se de um só se tratassem os oito irmãos que saltavam a trincheira ao som da melodia que tanto gostamos de ouvir: TÁ TÁRA TÁ...TÁ TÁRA TÁ.
É isto que me alimenta a fome de viver, que me sacia a sede de querer estar presente EM PRAÇA, onde sinto a forma mais gratificante de poder ajudar e dar o meu contributo.
Podia falar de emoções e sentimentos até daqui a muito tempo mas nada explica o que se vive neste Grupo.
Assim, queria despedir-me agradecendo ao Guilherme esta oportunidade, devo confessar, há muito esperada.
A si, o meu faról desta minha vida, o meu querido irmão João da Silveira, um muito obrigado por me abrir as portas para um lugar de VERDADE.
Quero passar esta batata quente ao Francisco Kreye. Espero que nos digas o que sentes e o que te vai na alma.
Pelo grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha
VENHA VINHO
VENHA VINHO
VENHA VINHO
Um abraço a todos,
Ticão
Quarta-feira, 3 de Junho de 2009
A verdade é que já há algum tempo gostava de ter escrito umas palavrinhas públicas em glória do nosso grupo. No entanto, são tantos os sentimentos, emoções e experiências que já partilhamos que não sei o que destacar. Este "discurso escrito" é mais difícil do que parece; espero não ser maçador….ehehheheheh!!!!!
Tem me sido muito difícil discursar, tenho tido muito azar mesmo!!!! E o blog é uma maneira de nós forcados, exprimirmos os nossos sentimentos, as nossas emoções passadas com o nosso tão grande grupo e assim desta forma acho que devemos olhar para o blog de outra maneira, não tendo que ser nem de esforço nem tão de obrigação para ninguém, mas sim um enorme prazer de poder partilhar as nossas convicções, os nossos erros, etc , ainda para mais, hoje em dia que há forcados espalhados pelo mundo, na Ásia, nas Américas e também em África eles como nós, gostaríamos sempre de nos ouvir e ouvi-los, e uma boa forma disto tudo é mesmo o blog. Pensem nisto….
Eu entrei neste grupo de uma forma um bocado “ESTRANHA”, isto tem a sua razão quando o digo pois não tinha ligação nenhuma com toiros, vacas nem com nada que me ligasse de tal maneira à Tourada, só mesmo o meu pai que nos transmitia a paixão pela tourada e levando-nos de vez em quando as corridas.
O meu primeiro treino em 2004 nas caldas com o Francisco Calado como Cabo. O meu irmão António estava sempre a dizer me para não pegar e dar umas terceiras, bem só sei que o meu irmão foi – se embora por algum motivo e eu imediatamente pedi ao Calado para pegar, ele concedeu-me tal nobreza, mas nessa altura até ao ultimo ano de treinos não sentia nada, mas mesmo nada por pegar vacas não me dava gozo nenhum, a única coisa que realmente me obrigava a ficar era sem duvida alguma o ESPIRITO DE GRUPO que eu ali encontrava.
Uns entram de variadíssimas maneiras uns pelos copos, pelas noitadas, pelos toiros mas eu NÃO! Só entrei no grupo pelos VALORES que tem, RESPEITO, AMIZADE ,HUMILDADE e sobretudo UNIÃO e quando digo isto, é em todos os aspectos não é só no dia das corridas, nem só lá dentro de praça, mas sim como um simples pedido de um forcado para o outro, como uma simples mudança de moveis ,como um convite para ir tomar um café , uma compra de alguma coisa, um pagamento, um favor etc isto são gestos que ficam bem e que nos unem como GRUPO e não como uma simples equipa QUE OLHA PARA O SEU PROPRIO UMBIGO E NÃO FAZ MAIS NADA …
Historia: - “Visto que o grupo era muito jovem e com pouca experiencia, o essencial era crescer com um espírito próprio, criar uma personalidade e uma alma de grupo que seja espelho de virtudes, de domínio técnico, de valor e arte.…… o treino é constante e a verdade que nos une”
Carta Nobre: -“ O enriquecimento e desenvolvimento do carácter de cada um dos seus elementos, designadamente cultivando os princípios que sustentam as relações de amizade. A amizade é entendida como um sentimento que se cultiva livremente no respeito mútuo e que se fortalece na vivencia da SOLIERADIADADE, LEALDADE, e VERDADE entre as PESSOAS.”
Palavras de alguns forcados do nosso grupo: “Um grupo de amigos que por acaso pega toiros”; “O melhor dos amigos, o pior dos inimigos”, “É a amizade que nos une.” “ Ser forcado é tradição, amizade, alegria, tristeza, persistência, cor, vida e uma certa dose de loucura…É o amor e uma arte que se sente mas que é impossível de explicar..” “ Estou no grupo acima de tudo pelos valores que nos são transmitidos, e depois pelo prazer de estar com os meus amigos numa praça a pegar toiros.” “…quer seja dentro, quer seja fora de praça, a amizade é o lema…” “ A VERDADE acima de tudo.” “Coragem, humildade…amizade!” “ A amizade é o seu lema valentia é o seu condão, enfrentam toiros por amor à tradição.”
Palavras que se resumem em apenas 3 palavras: Amizade, amizade e amizade.
No último ano de treinos finalmente tive o tal bichinho para pegar; hoje em dia dá-me um enorme prazer de poder vestir a jaqueta e tentar ao máximo dignifica-la perante o nosso tão grande povo, torna-la reconhecida perante todo o nosso esforço tanto dos mais novos como daqueles que fundaram este enorme grupo. O que eu gosto mais hoje em dia, é o prazer de estar perante um toiro, e poder, e ter PODER de mandar e de tourear, de citar, de dar aquele passinho prá frente e nunca para trás, de meter a mãozinha direita, o corpo direito, de falar com o toiro provocando-o e tentando que ele invista nobre na nossa reunião e juntos caminhando e lutando até o nosso grupo nos fechar, imobilizando-nos.
Dá-me uma enorme sensação de liberdade !!!!
Até hoje só tenho coisas boas a recordar, verões passados na foz, na casa do Salvador grandes verões mesmo, noites com o Bernardo Mendia e com os meus irmãos António e Alberto, a semana da ilha de arosa com o grupo, na casa do Marco e do Emanuel só risadas mesmo, em Sevilha loucura total, as festas na green hill já lá vão alguns aninhos, ehehhehe!!! No solar da paz, no sítio, na tertúlia entre muitas outras oportunidades que quero ter com este grupo que eu tanto admiro.
A grande temporada estava mesmo a chegar!!!
O ano passado tive a honra de poder vestir a jaqueta do grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha no dia 16 de Maio de 2008, com o cabinho Óscar. Ainda me lembro bem desse dia, estava tenso convicto daquilo que me poderia aparecer pela frente, o primeiro toiro da noite foi para o Mário que o pegou muito bem, ai fiquei completamente cheio de emoções pois poderia FARDAR -ME E AO MESMO TEMPO PODER PEGAR UM TOIRO o que era realmente muito bom e gratificante e foi mesmo isso que aconteceu, nem queria acreditar em tal honra concedida a mim, consegui pega-lo á primeira, e acabando por brindar agradecendo ao publico muito emocionado, tive pena de ter ficado ferido no olho e assim não podendo festejar com um sorriso de orelha a orelha com o meu tão grande grupo. Muito obrigado Óscar por teres depositado a tua confiança em mim.
No meu segundo toiro, na corrida “A dos cunhados” só tenho a pedir desculpa por não ter representado o grupo da melhor maneira. O que mais me enerva é que nessa mesma corrida acho que nunca tive tanta vontade de pegar um toiro como nesse dia; o Ticão aleija-se e pegamos á 5 e o Vinhais deposita pela primeira vez a confiança em mim, eu estava com uma vontade de comer aquele toiro de qualquer maneira só pensava em pegar a primeira mas não, só consegui pegar a terceira tentativa, e mais uma vez peço desculpa ao grupo e ao Vinhais por não ter estado á altura de tal grandeza concedida. Mais uma vez não pude festejar com o grupo por minha culpa.
No meu terceiro toiro, o Vinhais volta-me a conceder tal nobreza abrindo a praça “Vermelha” estava de tal maneira concentrado, ciente daquilo que teria de fazer. De facto para mim foi a pega em que tive tecnicamente melhor, correu bem pegando á primeira. Mas o meu irmão Alberto ao tentar ajudar o Xavier, o toiro colhe o meu irmão, acabando por ir para o hospital. Mais uma vez não podendo festejar a minha pega por tal acontecimento.
Bem só espero que daqui pá frente tenhamos boas épocas como as que tivemos, e que eu tente a minha sorte em pegar toiros e que me corra tudo bem a mim e ao grupo para que possa finalmente festejar tal acontecimento que é sem duvida alguma PEGAR TOIROS!!!
António obrigado por me teres trazido para o grupo, estou cheio de saudades em Agosto já nos vemos….eheheh!!!!! E Alberto por me teres ajudado em tudo, sem ti não poderia ser forcado.
“TRATERATRA !!!! OLÉ!!! TRATERATRA !!!!OLÉ!!!!TRATERATRA !!!! OLÉ!!!”
E PELO GRUPO DE FORCADOS, VENHA VINHO!!! VENHAM TOOIIIIROSSSS!!!! E VENHAM MULHERESSSS!!!!!!
Espero ouvir estas cantoroladas por muitos, muitos anos…….
Ainda tinha muitas coisas para dizer, podia ficar aqui a tarde toda mas em vez disso vou passar a batata quente ao Darticão que penso que ele ainda não teve o prazer enorme de escrever para o blog do grupo…..
Agarra-te ai Ticão e tenta ao máximo descrever tudo o que sentes pelo nosso grupo, lembra-te isto não e uma obrigação é uma honra acima de tudo e se o mais rápido possível. Um grande abraço.
Guilherme Carvalho Neto