. Batata Quente - Bernardo ...
. Corridas Com Cheiro a Sam...
. Batata Quente - Alberto C...
. Batata Quente -César Nova...
. Batata Quente - Bernardo ...
. Batata Quente - Luís Palh...
. Batata Quente - Tiago Rib...
. Batata Quente - Francisco...
. Batata Quente - Francisco...
. Batata Quente - Guilherme...
Meus Amigos,
Já muito, e bem, foi dito neste nosso espaço.
Da temporada passada e seus reveses; das actuações menos conseguidas e dos triunfos (estes em larga maioria); da amizade que nos une dentro e fora da praça.
Mas para a batata que me calhou, pensei em escrever algo um pouco diferente.
Ora aqui vai:
Toda esta história de pegar toiros parece ter começado fruto da convivência entre os nossos antepassados e o touro (entenda-se o tuga e não os nuestros hermanos).
Ao longo dos séculos, o Homem teve de partilhar o seu espaço com este nobre animal, o que requereu alguma arte e engenho. Quantas pegas não devem ter sido feitas quando no campo se tentou capturar este animal. O sinal desta convivência pode ser encontrado nos rituais pagãos da Alta Idade Média.
No entanto, a pega enquanto parte de uma festa, surge com a prática da embolação, e os grupos de forcados apenas no Séc.XIX.
Vários foram os Reis portugueses que praticaram esta arte, D. Afonso VI, D. Pedro II e D. Miguel I, nunca deixando de ser uma festa popular ( simbiose entre a nobreza e a plebe ). O forcado vestido de povo actua como fidalgo.
Penso que encontrei um autor que define o forcado e a arte de pegar toiros ( peleja entre dois machos ) de uma maneira muito particular que aqui vou partilhar com todos os leitores deste blog. Esse autor é Fernando Teixeira.
Fernando Teixeira coloca uma interrogação: Porque razão só se pegam toiros em Portugal?
A razão, pensa, está nas sucessivas invasões que a nossa península foi sofrendo, e que a barreira atlântica obrigou a parar e, consequentemente, resistir ao inimigo. Ter-se-á então desenvolvido no nosso povo um espírito de firmeza e abnegação em tudo idêntico ao do pegador que vai à cara do touro..
Chega a referir que a Ala dos Namorados, que enfrentou a investida do touro castelhano em Aljubarrota, talvez tenha sido o nosso primeiro grupo de forcados. Afinal o GRANDE Ricardo Cunha parece não estar errado quando refere que noutra encarnação esteve na dita Ala.
E acabo com uma citação de Ramalho Ortigão aquando da proibição da pega de caras no reinado de D. Luís:
Às razões de brandura de costumes, de humanidade, de filosofia, de civilizações invocadas por quem dirige esta jiga-joga, eu humilde intérprete do Povo só uma coisa oponho Má raios partam o zelo tísico de tanto maricas e tanto lambisgóia que não me deixam pegar o touro à unha.
E com esta me fico até à próxima
E esta semana a batata quente vai para o meu, e nosso, grande amigo Eduardo Egrejas.
Um abraço deste vosso amigo
Pedro Garcia